O SL Benfica está nos play-off da Liga dos Campeões após ter empatado 1-1 em Istambul, e ter por isso vencido por 3-1 no conjunto das duas mãos.
O jogo em Istambul esperava-se complicado, com os Turcos a terem que atacar para recuperar o prejuízo da 1ª mão, e jogando em casa (emprestada) num ambiente que todos anteviam temível... no entanto, o Benfica encarregou-se de facilitar a sua tarefa.
O Trabzonspor entrou com intenções de mandar no jogo, mas um Benfica com pressão muito alta rapidamente lhes tirou essa ideia. A entrada de Witsel para o meio-campo trouxe mais consistência e Aimar jogando mais avançado foi uma formiguinha incansável, quer nas tentativas de roubo de bola aos adversários, quer depois a tentar sair a jogar com os companheiros... uma exibição para mostrar àqueles que há 3 anos andam a dizer que este era um jogador acabado devido às limitações físicas.
O Benfica acabou naturalmente por marcar primeiro através de Nolito, em mais um lance de insistência individual, no qual já em desiquilíbrio consegue marcar dentro da área. Se o Trabzon já estava algo desorientado com a pressão alta do Benfica, ainda mais se desorientou, o que não impediu que num lance começado com um cruzamento vindo da esquerda, que acabou por passar por toda a defesa do Benfica, Paulo Henrique, um dos melhores do Trabzon fizesse o golo do empate. Faltavam ainda marcar 3 golos para ultrapassarem o Benfica.
O jogo foi decorrendo sempre com o Benfica por cima, e com os Turcos a darem a ideia que o abalo sofrido após o golo do Benfica, foi maior que a moral recebida pelo golo marcado. O Benfica pressionava bem, trocava bem a bola, e com as devidas limitações físicas de início de época, procurava dar um bom espectáculo. A saída de Paulo Henrique por lesão foi também mais uma machadada nos planos do Trabzon.
Nota-se um Saviola ainda longe dos seus melhores tempos, um Witsel que é reforço importantíssimo, com pujança física e óptima técnica, é difícil roubar-lhe a bola, e ela sai quase sempre redondinha dos seus pés. Nolito faz cada vez mais lembrar Simão Sabrosa, pelo seu estilo de jogo, pelas diagonais da esquerda para dentro, e nota-se que tem ADN do Barça, sempre procurando a bola, e tentando jogar bem quando a tem nos pés. Quem tem vindo a ganhar pontos na minha consideração é também Emerson, muito certinho, aventura-se pouco no ataque, mas quando o faz ... faz bem. Artur respira (e transmite) confiança.
Na segunda parte o Benfica fica a jogar contra 10, após expulsão (exagerada) do nº10 do Trabzon que deu uma cotovelada no Maxi, e abriu-lhe o sobrolho. Quanto a mim foi um lance sem maldade e o amarelo teria chegado, aliás a arbitragem foi muito fraca, embora sem influência no resultado.
No Benfica jogaram ainda Jara, que mostrou que é neste momento melhor que Saviola; Matic que demonstra ser uma peça muito válida para a equipa, e que ainda tentou oferecer um golo feito a Witsel (que chutou à trave); e jogou também Bruno César, que julgo nem chegou a tocar na bola.
Neste jogo há a lamentar, apenas, o excesso de nota artística no momento da finalização que impediu que o Benfica saísse da Turquia com um resultado bem pesado para o Trabzonspor, tantas foram as oportunidades desperdiçadas.
Resta agora esperar pelo sorteio do play-off. Udinese, Odense, Zurique, Twente ou Rubin Kazan são as hipóteses. Se pudesse escolher, escolheria o Zurique.
Após este jogo convenço-me que o Benfica do meio-campo para a frente tem um plantel que permite a Jorge Jesus fazer uma boa gestão, e não fatigar assim demasiado certos elementos, apenas na defesa as segundas escolhas parecem nitidamente mais fracas que os habituais titulares.
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